Lisboa Soa

PASSEIO SONORO ~ LISBOA SOA
Soundwalking Lisboa | 28 Agosto | 11h00 
Ponto de encontro: Teatro Romano de Lisboa

O workshop de Pablo Sanz começou dia 23 de Agosto e juntou um grupo de participantes que compuseram peças ou narrativas sonoras para o itinerário entre as Carpintarias de São Lázaro e o Teatro Romano, os dois espaços ocupados pelo Lisboa Soa este ano. As composições sonoras desenvolvidas ao longo desta semana resultaram numa obra de arte pública que poderá ser escutada a partir de qualquer dispositivo móvel, através da plataforma digital ECHOES.

No domingo, dia 28 de Agosto, às 11h00, será feita uma apresentação pública deste percurso com um passeio sonoro que se inicia no Teatro Romano. Descarrega a app ECHOES e traz o teu smartphone, headphones ou um par de auriculares para te juntares a esta experiência sonora numa caminhada coletiva. 
O percurso permanecerá disponível para ser experimentado in situ a qualquer momento após o festival.

PEÇAS DE: Ana Carina Martinez, Frederico Mendonça, Gabriel Worm Mascarenhas de Moraes, Henrique Varanda, Inês Luzio, Kate Grigorieva, Mafalda Roma, Marta Fiolić & João Dias Ferreira, Pedro Leitão, Rita Barreto Correia, Rita Santos, Rodrigo Vicente, Sílvia Gonçalves

https://lisboasoa.com/workshop/soundwalking-lisboa/

Máscara, em latim, Persona, o Teatro Romano como identidade sonora acústica própria. Sons captados, utilizando técnicas de gravação diversas, fazendo ressoar o espaço alargado do Museu Lisboa - Teatro Romano, e entrevista sobre a acústica no Teatro Romano.  

Som: Mafalda Roma
Voz: Drª Lídia Fernandes, coordenadora do Museu Lisboa – Teatro Romano

Agradecimentos: Drª Lídia Fernandes, Drª Patrícia Brum
Museu de Lisboa - Teatro Romano

starling

goldfinch

Uma paisagem sonora de Henrique Varanda
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Vindos do solo ancestral

Subimos à terra,

ouvimos um sinal
(comunicação interespacial).



Silêncio.

floresta de Pokaini, Letônia, na madrugada do Solstício de Verão, 2022

Pedro Leitão

João Ferreira & Marta Fiolić

À noite, quando escurece e as ruas ficam vazias, os candeeiros à volta do Chafariz das Moiras começam a sua jam.

João Ferreira & Marta Fiolić

Passeando pelas zonas elevadas da cidade, por vezes, conseguimos vislumbrar o rio por entre os intervalos dos edifícios que se abrem como se fossem janelas. Esta viagem sonora pretende ajudar o ouvinte a descer para as margens do Tejo e escutar o seu canto.


Sophia de Mello Breyner: "Lisboa" (1977)

Digo:
«Lisboa»
Quando atravesso — vinda do sul — o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do seu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas —
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
— Digo para ver

Composta de 4 momentos sonoros, a peça propõe movimento circular. A percepção e leitura da peça é alterada conforme o movimento gerado pelo espectador-participante. Esta peça requer movimento e escolha: podemos circular, voltar ao mesmo ponto, mudar o sentido. Circular 1, 2, 3 e 4, convoca a prática do caminhar e de gerar movimento, que apesar de inerentes à condição humana, podem ser uma prática consciente da percepção e conhecimento de si e do mundo. 

Ana Carina Martinez

Rita Santos
Uma paisagem sonora aquática através dos diferentes povos que habitaram Lisboa. Com esta marca sonora, é pretendido honrar as suas contribuições para a cultura local e contribuir para a salvaguarda da sua memória coletiva.

Uma orquestra que soa através do movimento do Tejo e o grande ranger dos portos metálicos dos cacilheiros.

Rodrigo Vicente

hoopoe

A rua Augusta tem várias pessoas e turistas de onde surgem várias sonoridades diferentes! Há uma procura constante pela moeda do estrangeiro.

Rodrigo Vicente

DESCRIÇÃO
[PT] Parece que Lisboa nunca foi tão popular. Vultos vagueiam entre o som dos elétricos, dos tuk tuks e dos carros, numa cidade ocupada, turística e imersa numa distância emocional que se afasta cada vez mais do calor do sol e dos bairros. 
“Supersonic Ascension” convida-o a se afastar do ruído momentaneamente através de uma viagem elétrica e espiritual.

Autor: Frederico Mendonça
Duração: 1’57”


[EN] It seems that Lisbon has never been so popular. Figures wander among the sound of trams, tuk tuks and cars, in a busy, touristy city immersed in an emotional distance that moves further and further away from the heat of the sun and neighborhoods.
“Supersonic Ascension” invites you to step away from the noise through an electric and spiritual journey.

Author: Frederico Mendonça
Duration: 1’57”

Supersonic Ascension / Ascensão Supersónica

A história dessa cidade está em toda sua arquitetura, prédios e ambientes públicos que abrigaram famílias de todos os cantos do mundo, passando por diversas gerações que transformaram e deram vida para esse lugar.
O que hoje pode ser apenas uma construção vazia já foi antes uma paisagem sonora repleta de vida - as paredes de cada casa têm muitas histórias para contar, então deixe que sua audição guie sua imaginação para aquilo que um dia já viveu aqui.

Gabriel Worm Mascarenhas de Moraes

A história dessa cidade está em toda sua arquitetura, prédios e ambientes públicos que abrigaram famílias de todos os cantos do mundo, passando por diversas gerações que transformaram e deram vida para esse lugar.
O que hoje pode ser apenas uma construção vazia já foi antes uma paisagem sonora repleta de vida - as paredes de cada casa têm muitas histórias para contar, então deixe que sua audição guie sua imaginação para aquilo que um dia já viveu aqui.

Gabriel Worm Mascarenhas de Moraes
Rua da Mouraria nº20

A partir da obra "A line made by walking" de Richard Long, a peça Line 1,2 e 3 convida-nos a caminhar em linha recta, e a atravessar a Praça do Martim Moniz sobre a sua linha central. A peça é composta por 3 pontos sonoros, sons gravados na cidade e manipulados para gerar movimento e impulsionar a caminhada, dependendo do ritmo do passo a percepção da peça pode ser experimentada de forma diferente. 

Ana Carina Martinez

João Ferreira & Marta Fiolić


A Praça do Martim Moniz está a esconder um mundo veloz, que leva e traz, com os seus ruídos, murmúrios, avisos. Quem escuta com atenção, mergulha pela fonte abaixo.

(a ouvir idealmente às 11:58)

os cabos gritam e rodeiam'me , nao posso escapar, desconforto meu - som da cidade eletromagnética , como é que soas, Lisboa, nos fios ?

as ondas que passam por ti, que te abraçam e invadem o espaço, a eletricidade tem som e as ondas mergulham'te

Todos os dias o fado habita as noites do largo. Às 17h00 dispõem-se mesas e cadeiras, mas até lá a vida do largo é outra. Lugar de passagem e de encontros ao acaso, quase sempre tranquilo, deixa-nos escutar os seus sons mais íntimos. 
Esta canção é uma ode a esses sons. Uma canção (ou fado), sem voz nem guitarra, cantada por circuitos elétricos e acompanhada de sons que surgem sem hora certa: um extrator (quase) avariado, uma rebarbadora que trabalha no último andar de um dos prédios que delimita o largo, uma conversa que se ouve à porta de uma loja aberta. 

[registos captados no dia 25 de agosto de 2022, no Largo da Severa, entre as 10h e as 17h00]
captação e composição: Inês Luzio

“Ó rua do Capelão
Juncada de rosmaninho
Se o meu amor vier cedinho
Eu beijo as pedro do chão
Que ele pisar no caminho

Tenho o destino marcado 
Desde a hora em que te vi
Ó meu cigano adorado
Viver abraçada ao fado
Morrer abraçada a ti”

[excerto da letra do fado “A Rua do Capelão”, escrita por Júlio Dantas e musicada por Frederico de Freitas para o filme “A Severa”, em 1931]
voz: Inês Luzio

O centro da praça é espaço de encontros sem dia nem hora marcados. Encontros ditados pelo acaso, que se demoram mais ou menos no tempo. 

[registos captados no dia 25 de agosto de 2022, no Largo da Severa, entre as 10h e as 17h00]
captação e composição: Inês Luzio

Uma viagem pela paisagem sonora eletromagnética, sonoridades ocultas junto ao famoso elétrico 28 e as escadinhas da saúde.

Rodrigo Vicente

Os bandos de pombos a sobrevoar o Martim Moniz são um cenário típico do Martim Moniz e as crianças adoram correr atrás deles.

Rodrigo Vicente

As águas que passam por de baixo da praça são limpas na zona da fonte e fazem sons interessantes, dá vontade de parar e escutar.

Rodrigo Vicente

Um senhor em telepresença consegue estar virtualmente em todas as partes do mundo.

Rodrigo Vicente

O miradouro tem muito movimento de turistas para ver a paisagem de Lisboa, mas há também a paisagem sonora rica da cidade. O sino é um marco sonoro que está enraizado neste local.

Rodrigo Vicente

[PT] “Life In Reverse” surgiu da observação do cruzamento entre a Rua de São Lázaro e a Rua José António Serrano. Na segunda, de sentido único, descem vários carros, motoristas com entregas, carrinhas e utentes do Hospital de São José. Frequentemente, ambulâncias que passam o Martim Moniz optam por contrariar o habitual fluxo do trânsito naquela rua no acesso a uma das entradas do hospital, tendo habitualmente que esperar pela descida de vários carros, que não optam por fazer marcha-a-trás. Daqui surgiu a ideia de gravar o som junto a esta mesmo entrada do Hospital, e reverter o som como se a vida estivesse a andar para trás e nos ocorressem as múltiplas memórias num ritmo acelerado.

Autor: Frederico Mendonça
Duração: 3´20”


[EN] “Life In Reverse” origined from the observation of the intersection between Rua de São Lázaro and Rua José António Serrano. In the second, one-way, several cars descend, motorbike drivers with deliveries, vans and users of the Hospital de São José. Often, ambulances passing Martim Moniz choose to go against the usual flow of traffic on that street in accessing one of the hospital entrances, usually having to wait for several cars to descend, which do not choose to reverse and let room for the ambulance. From here came the idea of recording the sound next to this same entrance to the Hospital, and reversing it as if life were moving backwards and multiple memories flashed at very fast pace.

Author: Frederico Mendonça
Duration: 3´20”

Life in Reverse / A Vida a Andar Para Trás

A praça da figueira tem um grande fluxo de sons, todos os dias há novos fenómenos sonoros que nos fazem parar e escutar.

Rodrigo Vicente

I listen the city at the rave, i listen the rave in the city. My body it's the ground where both meet in rhythm, speed, power, destruction and construction, fear, rage. Listen to your steps, how they set the city pace and there the city places you. Seems i can't follow the city's growth yet it keeps me going. It feels like I can only contain the city when I am dancing. Electronic music is how we cope with the speed of urban transformation. 

Rita Barreto Correia

WALKING TO THE SPEED OF URBAN TRANSFORMATION

[PT] As estações de comboio são muitas vezes locais de espera, futuros reencontros ou despedidas do presente. A nossa noção da passagem do tempo está fortemente relacionada com o nosso estado emocional, do momento que queremos que não acabe, à espera inacabável para o retorno a casa depois de um dia exaustivo. 
“Waiting Point” pretende explorar a nossa relação com o tempo através da gravação de um dos relógios na Estação Ferroviária do Rossio, manipulada numa elasticidade temporal.

Autor: Frederico Mendonça
Duração: 5’27”


[EN] Train stations are often places of waiting, future reunions or goodbyes to the present. Our notion of the passage of time is strongly related to our emotional state, from the moments we don’t want to let go of, to the endless wait for returning home after an exhausting day.
“Waiting Point” intends to explore our relationship with time through the recording of one of the clocks at the Rossio Railway Station, manipulated in a temporal elasticity.

Author: Frederico Mendonça
Duration: 5’27”

Pablo Sanz‘s workshop is devoted to the collective creation of a soundwalk for headphone listening in response to the sonic ecologies of Lisbon. The participants will work with geolocated audio (sound triggered by a listener’s location and physical movement) to compose pieces and sonic narratives that will form an itinerary between Carpintarias de São Lázaro and Teatro Romano de Lisboa. The work will be based on exploring the city’s aural architecture, human and non-human voices, sonic expressions and identities, urban materialities, and the affective power of sound. The workshop will be a time and space for active listening and collaborative experimentation, engaging with different listening modes, recording strategies and audio technologies. The resulting collectively-created invisible public artwork will use the digital platform ECHOES and remain available to be experienced in-situ at any time following the festival.

SOUNDWALKING LISBOA

38 ECHOES

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The Echoes

Persona

Rua não-Saudade

antes de

Conversa com o parquímetro

Jam das Moiras

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